segunda-feira, 28 de abril de 2008

Tirando a poeira

Tem horas que as palavras simplesmente fogem, dá um branco, a preguiça toma conta e tudo o que se quer de uma tela de computador é um fundo negro. Nesses dias, mais que nunca e acho que pela primeira vez, posso dizer que a saudade começou a apertar as memórias com toda a força. Vou pra praia, vejo o mar, e fico imaginando o caminho lá longe que vai dar direto nas terras ensolaradas de onde vim. Aqui as coisas continuam no mesmo ritmo, lento às vezes, enlouquecedor em outros, mas nunca vazio. Tanto que neste meio tempo, já deu pra arrumar um part-time (que não sei até quando dura por causa da minha atestada stumbleness, descompasso, ritmo lento, you name it), pensar em qual vai ser o próximo passo, e mesmo levar a sério a idéia de esticar a estadia por mais uns meses, se tudo der certo. Ou esticar um pouco menos, caso tudo dê errado. Mas esticá-la mesmo assim.

Independência forçada?

Depois de 25 de abril aqui, lembranças de um ato de glória que faz bem à memória dos portugueses, a perspectiva de uma semana de pequenas férias com a Queima das Fitas semana que vem, e um fim de semana atribulado por causa dos intestinos que me fizeram questão de lembrar que existem e estão bem vivos - ainda bem -, o que mais me tem chamado a atenção são notícias como esta, esta e vídeos como este (pérola gentilmente enviada por um amigo, via essas bobaginhas tipo Orkut etc e tal). Além disso, a idéia de que tenho que visitar mais lugares - e a Holanda - antes de ir embora (ou antes que ela desapareça do mapa, quem sabe não leva menos tempo do que a gente imagina?) também me deixa "sobremodo desassossegada".

Mas, enfim, depois de mais alguns filmes vistos, não discutidos, mais alguns livros lidos, alguma frustração por protelar algumas deadlines (e quem é o aluno que não tem uma desculpa plausível pra isso?!), e a tentativa de fazer isso da forma mais rápida o possível (impossível pra mim, na minha velocidade baiano-alentejana de fazer as coisas) vejo que a tal homesickness me traz uma sensação um pouco mais estranha que o habitual: a falta de ter algo mais que uma barra de chocolate e um DVD pra dividir o espaço da sala em noites frias, estar junto de algo mais que um cobertor quentinho pra me aquecer, alguém que não vai se cansar das minhas bobagens, de quem eu vá sentir saudades depois de mais de uma hora longe. Estar só é bom, quando se está rodeada de amigos (como felizmente é o caso), melhor ainda... mas ter aquela pessoa pra te babar, é perfeito. Não sei se vou ter competência o bastante pra resolver isso - se é que isso não é mais sorte que competência, talvez - mas vamo ver como é que fica, né?

Eu e meu ataque de Bridget Jones. :-)