quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Humor Português



À primeira vista, me pareciam um bando de malucos que misturavam as palavras num Português bem nortenho com pás e oras, pois no meio dos sketches. Mas a verdade é que a trupe formada por Miguel Góis, Zé Diogo Quintela, Ricardo Pereira e Tiago Dores cria, apresenta, encena e diverte os portugueses em um dos programas humorísticos mais famosos da terrinha. Duvido que haja um português que não conheça o Gato Fedorento. É uma espécie de Casseta & Planeta apresentado nos moldes de programa de auditório e com uns sketches engraçadíssimos. Logo na primeira vez que vi, não achei muita graça, confesso (acho que os primeiros quadros que vi não eram os melhores deles, claro). Mas nem é preciso muito costume pra rachar de rir das caras e bocas, da auto-ironia e do humor pouco vulgar que eles fazem. Ao contrário de parte do nosso humor corrente, eles não descambam para o humor de cariz sexual puramente pejorativo (e gratuito) e, assim como a gente, sabem fazer sátira política e de tudo o que vier pela frente. Zoam de tudo: dos matarruanos (os roceiros portugas, o pessoal "da aldeia"), dos velhinhos (no chão, não! No velhão! hahahaha), do Scolari (e quem não lembra do murro da final entre Portugal e Sérvia?), dos corruptos (o sr. Ezequiel Valadas até parece parente do ACM)... manetas, pernetas e companhia, extraterrestres, e nem Jesus escapa do script.

O programa, que começou a partir de um blog de mesmo nome (lincado mais acima), em 2003, começou na SIC Radical, mas depois passou a ser transmitido pela RTP em 2005. Já produziram quetro séries (Fonseca, Meireles, Barbosa e Lopes da Silva, porque todos os personagens adotam estes sobrenomes). Em 2006, o programa deixou de ser apresentado só pelos sketches e passou a ser gravado no estúdio com uma platéia, com o nome "Diz que é Uma Espécie de Magazine". O programa então teve duas temporadas de 13 episódios, e a última foi de outubro a dezembro passados, quando eles fizeram uma parada pra umas "férias" de 9 meses (já que só voltam a gravar em setembro desse ano) e um re-contrato com a SIC.
Fedeu por aí também? Aí embaixo tem mais uns sketches da galera:

(É mais ou menos por aí que os portugueses dão direções aqui. De tanto quererem ajudar, acabam se atrapalhando quando se confundem. Quando não sabem, chamam mais uns dez pra ajudar.... "e passa pelo café do Barbosa, segue, segue, segue, segue!" hahahahaha!)

"As Vindimas" (quer se indignar mais uma vez? hehehe!)
"O Planeta de Josés Cids" (é um cantor português que dizem, é monárquico e anarquista)
"Novo Dicionário da Língua Portuguesa" (descobriram o segredo do rapaz...)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

After more than a month...


Muita coisa aconteceu: confraternização de Natal na casa dos amigos brasucas em Gaia (com direito a troca de presentinhos, lareira acesa - nem que seja só pra fazer média na foto - ceia e essas coisas que a gente só lembra quando é Natal...), Ano Novo com os amigos gringos na Avenida dos Aliados (impossível esquecer o set of fortunate events que me aconteceram nesse dia. Resultados de momentos de solidão, uma xícara de café, um banho quente e dois goles de vinho. E depois, um encontro "ao acaso" com as pessoas que eu esperava contatar mas não conseguia falar. Coincidência? Ou será que isso é fruto daquela música do Cake que eu pus pra tocar antes de sair?...), seguidos da bandinha de batuque do meu amigo Krzysztof (é, quem nem o Kieslowski) e depois uma festinha pra completar a noite, na casa desse batuqueiro polonês também. Enfim, a noite foi mesmo muito boa, boa pra começar o ano já com o pé direito (minha amiga Anna que o diga...).

E depois, pra completar, o mês de Janeiro foi já assim, assim, muita prova pra fazer (duas na semana passada, uma na última terça) e ainda, uma das piores misfortunes acadêmicas que poderiam ter me acontecido até agora: a perda dolorosa de um trabalho praticamente pronto, de quase 30 páginas, por causa de uma pane qualquer no pc em que eu estava, e por falta de ajuda do meu pen-drive (e minha também, porque salvar as coisas só no pen é meio totó demais). mas enfim, essas coisas acontecem. E por causa disso, algumas coisas que estava a fim de fazer vão ter que esperar (porque vou ter que fazer tudo de novo! agh!), mas não por muito tempo. Mas que é foda, é.

E enfim, a vida vai indo, talvez no mesmo ritmo do mar calmo que pude ver de dentro do Parque da Cidade no domingo (e que vista!), mar que pude ver, porque mais uma vez, me vi deixada pra trás (afinal, correr uma vez por bimestre não ajuda ninguém a melhorar a resistência física) numa outra tentativa de correr no parque por mais de 15 minutos. E já que o fôlego não dura muito, carpe diem! mesmo assim, não é mesmo?, e me vi então fazendo a coisa que mais gosto de fazer: andar devagarinho, ruminando a paisagem, sentindo o cheiro das folhas caídas das árvores imensas e observando os lagos com seus patinhos simpáticos no meio do verde molhado. E isso me serviu pra anestesiar o cansaço mental massacrante dos últimos dias. Nada como um domingo de manhã no meio do verde!

E assim caminham as coisas. Fazendo descobertas todos os dias - pessoas novas, filmes novos, livros novos, músicas novas, cheiros e gostos novos... - e tentando cavar um pouco mais fundo a cada dia naquela imagem estranha refletida no espelho. É uma coisa tão familiar e tão distante, tão surpreendente e ao mesmo tempo tão banal, e tão simples!. Descobri, por exemplo, outro dia, que nem todas as minhas tentativas culinárias (!) eram lá tão mortais assim (aliás, podem até mesmo ser muito bem-sucedidas!), e que eu talvez deveria gastar um pouco mais de tempo experimentando e tentando melhorar o que não deu certo (a Larissa que o diga, sobre meu arroz-de-carnaval...). Faz bem observar essas coisas de vez em quando, né? Coisas simples assim abrem janelas pra pensar outras coisas, notar muita coisa que passava despercebida...

Enfim, mas a filosofia de fogão fica pra outra hora. Agora preciso cozinhar mais um pouco os neurônios pra finalmente concluir esse assignment que preciso terminar. E dá-lhe neurônio cozido!