quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Início de inverno

Então as tardes aquareladas de amarelo ouro - e temperadas com o cheiro da manhã trazido pelos ventos frios do mar - foram aos poucos se vestindo de cinza, se envolvendo no enorme manto gris que cobre a cidade e a vista da minha janela. Até as gaivotas parecem sentir o mesmo friozinho por debaixo das penas, e, voando mais apressadamente entre um telhado e outro, talvez estejam procurando o pincel borrado de amarelo, caído da enorme paleta celeste.
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O céu cinza-azulado de começo de tarde e o ar úmido de prenúncio de chuva convidam a apreciar a paisagem do lado de dentro das janelas das casas bem aquecidas. O vento frio leva pra longe a inspiração para corridas no parque e para encontros com os amigos, e traz consigo a vontade de se entregar ao ócio laborioso de completar os livros não-lidos e do perfume do chá fumegante à cabeceira da cama, que tem um gosto mais quente quanto mais frio estiver lá fora.
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E os velhinhos... ah, os velhinhos portugueses! Saem aos montes, empacotados em seus agasalhos engraçados, talvez para saudar com suas conversas nos cafés mais um inverno que chega, que vai chegando de mansinho como um gato preguiçoso a se enroscar nas pernas da gente. Esses velhinhos e velhinhas não se contentam em ficar dentro de casa com um convidado dessa envergadura à porta.
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Ele bateu por aqui também, mas prefiro sorrir da minha janela a esse estranho ilustre... porque quando não se é velhinha e nem portuguesa, convém que seja assim.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Classe medíocre

A música eu já conhecia, mas o videozinho é genial. Nada melhor pra matar um pouquinho da saudade de casa (além de assistir Tropa de Elite com uma barra de chocolate bem grande no colo, é claro...).