quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Tropa de Elite ao vivo

Ou, "O Dia em que Vi o GOE e não me borrei".

Mentira, me borrei sim. :-)
Tudo começou com a idéia do nosso querido amigo Tiago Campante (afinal de contas, quem mais teria uma idéia dessas?!) na noite de segunda-feira, quando ele e cia. limitada (Vinícius, Queiroz, e Larissa) passaram pra me pegar em casa pra gente tomar uma cervejinha, um chazinho, um cafezinho, como queiram. Daí, no meio do caminho, o rapaz me surge com a genial "vocês já foram ao bairro proibido? ai, não?! Vamos passar por lá então! eeeeeeha!". E lá fomos nós. Todo mundo no carro, Ponte D. Luís I, umas ruelas por ali e um declive levinho por onde a gente entra. No bairro do Aleixo, não é muito recomendável que o sujeito ande sozinho, pare o carro pra pedir informação ou ande a menos de 60 por hora. Pois bem. Seguindo todas as recomendações - menos a de andar a 60km/h, já que o Tiago tava a 100 - fomos serpenteando pelas ruazinhas cheias de gente estranha, quando, de repente, uma viatura do GOE estava parada em uma bifurcação e um mar de gente do lado (não me perguntem o que aconteceu que eu nem quero saber!). O GOE (Grupo de Operações Especiais), que corresponde ao nosso BOPE, estava patrulhando a área e, ao ver a pressa do nosso motorista, um dos polícias manda parar o carro. Capuz e capacete na cabeça, farda azul e escopeta do tipo counter-strike na mão, pergunta algo do tipo, "pra onde é que vai?" como quem quer dizer "o que você tá fazendo aqui passando de carro a essa hora?", e o Tiago responde "ah, só queria ir ao Campo Alegre, mas não sei se indo por esse ou aquele lugar chego lá". E o polícia: "por quê a pressa?", e o Tiago: "não tenho pressa nenhuma". O Polícia: "não é o que me parece" (e quando eu escutei isso, a primeira coisa que me veio à cabeça foi um "ih, fudeu, vai mandar todo mundo descer do carro pra revistar, pedir passaporte e coisa e tal". Mas não. A naturalidade, a firmeza e a frieza na voz do provocador dessa merda toda ajudou bastante!). E aí depois de mais uns dois minutos de conversa, estávamos liberados. Se o nosso amiguinho tivesse baixado a guarda e algum de nós, brasucas, tivesse aberto a boca (mais do que os meus olhos esbugalhados), a situação ia ficar esquisita... ah, ia sim!

Ainda bem que tem gente que sabe tirar o pessoal da merda de uma situação dessas quando foi ele mesmo que provocou... vou falar, viu! hahahahaha! No fim, tomamos nosso café e voltamos pra casa. Sem passar pelo Aleixo, claro. :-)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Nas esferas da vida

Depois do meu não-carnaval que não poderia ter sido melhor curtido e alguns encontros com amigos velhos e novos, chegou a hora de dizer see you later pra alguns deles. João, Kasia, Mari, Priscila, Diogo e mais uma galera que nem sempre tem tempo ou saco pra fazer despedidas e outras pieguices do tipo. Mas não é pieguice de que se trata quando se está a alguns quilômetros de casa. Mas enfim. Bom saber que pelo menos "tá-se bem" e que ainda vão haver algumas cervejinhas (ou favaítos, quem sabe?) a mais por aí com eles qualquer dia.
(...)
Depois disso, vale lembrar que agora estamos todos de volta ao batente e que as aulas já começaram no mesmo ritmo famigerado com que os acontecimentos se deram nessas pseudoférias, vistas pela janelinha de tela plana que a gente tem na parede da sala aqui. É galera... porque enchente em Portugal, independência do Kosovo, entrevista com o sr. Primeiro Ministro e renúncia do Fidel Castro não acontecem todo dia, né não?
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Mas, deixando isso um pouco pelo menos por agora, enfim esse semestre vou fazer aquela disciplina que já desde que vim esperava fazer, e finalmente sinto que agora as coisas vão sair. O que eu tinha que ter feito no semestre passado e não rolou, as críticas que eu prometi e não mandei (!), enfim, agora desagarra. A previsão que tenho é de que vai fazer sol sobre a minha cabeça e que todos os parafusinhos nela vão voltar a funcionar como deve ser. Aliás, como nunca deveriam ter parado... enfim, o negócio é que pelo menos agora dá pra ver o horizonte não muito mais à frente do que realmente está. E isso é muito bom.
(...)
E falando em horizonte, acho que o meu é esférico (o Tiago ia adorar isso! hahaha). Aliás, todas as coisas que vejo no meu futuro têm essa forma... Tá bom, culpa das aulas de Cosmologia que não consigo parar de fazer, e dos videozinhos do Carl Sagan que não consigo parar de ver. Dá pra fazer uma filosofia de botequim do caralho com esse negócio... quer ver? :-)
Vamos falar das esferas então. Na verdade, acho que meio que tudo na vida de um sujeito é uma esfera. Se os sonhos pudessem ter uma forma, seriam uma esfera. Se os desejos também tivessem, seriam uma... Enfim, a esfera é o sólido mais paradoxal que a natureza conhece. Não tem principio nem fim, mas ainda assim tem limites. Ela é finita e ilimitada, e, como disse o meu simpaticíssimo professor Levi (sabe aqueles velhinhos que te dão vontade de ser criança de novo, sentar no colo e pedir, "vovô, me conta uma história?"), ela tem em si "paradoxos e sugestões de infinito". As mesmas três dimensões, mas sem ângulos, início, fim, lados ou coisas assim.
Será que a minha vida é uma esfera?