sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Primeiro dia de agosto. Sol a brilhar no Porto, calor, muito calor, e uma estranha sucessão de eventos que faz com que a lembrança da entrada para o mês "do azar", como gostam de dizer alguns ocidentais, fique na memória pra não ser riscada na agenda como os outros dias. Voltava eu à tarde pra casa depois de ter dado um pulo no Instituto de Sociologia. Ao chegar, vejo um lençol estendido na porta de vidro da entrada, e pensei, "talvez tenham deixado um carrinho de bebê aqui embaixo e foram buscar mais coisas em casa enquanto a criança dorme e não querem que bata sol na cabecinha dela...". Ao entrar, vi que a situação era completamente o reverso do que pensava a minha inocente imaginação: a princípio achava que era um berço, mas olhando depois, vi que era na verdade quase isso, mas ao invés de ser para descanso temporário, era uma "caixa" para descanso eterno: sim, um caixão... claro que fiquei chocadíssima e fui prestar as minhas condolências ao vizinho que tinha acabado de perder a mãe, que morava no andar de cima e me parecia já estar doente há tempos. Mas a morte sempre choca e desperta os sentimentos mais solidários nas pessoas. Meu Deus, que horror... bem-vindo mês de agosto! :-(

Mas, pra completar, o dia começou com a volta da Larissa pra casa (nossa saudosa República das Bananas!) já logo cedo, e se eu não morasse na mesma Minas Gerais que tanto gosto, já teria colocado o pé esquerdo no poço molhado da saudade e terminava de cair lá dentro, porque quase todo mundo já foi embora a essa altura e por mais otimista que se seja, acho um pouco impossível poder rever todas as pessoas que conheci aqui... mas sempre dá-se um jeito de minimizar isso usando meios mais fáceis. Viva a hipermodernidade e as amizades mais perto de casa mais uma vez! :-)

Hoje o vazio ficou um pouquinho maior no meu aconchego português. Quando se para pra pensar nas horas e horas somadas de papo e de cerveja, rolos de filosofias de boteco entrecortadas de risos e abraços, os desencontros e as discussões que sempre fazem a gente pensar sob um outro ângulo... a Larissa vai mesmo fazer muita falta. E isso sem falar na acessoria jurídica que também era parte da simpatia da menina! Sem isso, acho que minha vida hoje ia ser MUITO mais complicada... :-) Volta, Lala!
E isso de hoje me fez ficar a pensar na importância dos mínimos momentos, do now, de fazer a coisa agora, de curtir agora, de falar agora, de fazer o que seja agora. Porque, por mais que eu pense que muitíssimo provavelmente meu destino para o próximo semestre já tem lugar traçado, e bem longe de casa, é bom lembrar que também vai ter um fim, a porta aberta para um novo começo.
E a vida continua (e a saudade tb!) :-)

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